domingo, 13 de fevereiro de 2011

Feliz Natal

Era onze horas quando eu embarquei no trem. Trem não: ônibus! Se eu perdesse aquele ônibus, que saiu onze horas, só no outro dia de manhã. E quase perdi mesmo. Sorte a minha que o taxista furou todos os sinais vermelhos. Depois de boas oito horas de viagem eu desembarcava em Natal. Natal é uma cidade linda e limpa. “A noiva do sol”, como é chamada, parece mesmo ter o astro como amante. Cheguei sete horas e a sensação térmica era de meio dia. O táxi me levou até a vila de Ponta Negra, que era mesmo uma vila de pescadores. Antigamente era. Hoje em dia é point de turistas. Abriga a praia mais bonita da cidade (segundo o taxista) e é onde tem um aglomerado de baladas. A Vila Madalena de Natal. A Savassi de Natal. A minha rua não parece ser nada point. Tranquila, parece essas ruelas de cidade de litoral bem pequenininhas, com areia na calçada e casas com portões simples de madeira pintada. E é bem assim, com rede, churrasqueira e ducha no quintal que a república onde moro se apresenta. A casa é grande e comporta 14 universitários de todo o país. A maioria fazendo mobilidade em graduação ou mestrado. Assim como eu. Tem mais meninos que meninas. Eu e Sarah somos os homenzinhos da casa (as outras meninas ficam em suítes individuais no quintal). Em uma semana fizemos amizade e já sei muito da particularidade de cada um. Os dias são cheios, por causa do trabalho. Mas chego em casa e tiro o atraso do dia de labuta. Aqui, os vários sotaques se misturam e podemos ouvir até paraibano dizendo “trem”. Uma doidera. Essa nova vida é demais. Vira e mexe me pego com um sorriso paralisado no rosto que denuncia o que para mim já é óbvio: estou absolutamente feliz. Obrigada, Santander.